Brasília está em 10º lugar no ranking de maiores aplicadores na caderneta. As três primeiras posições são ocupadas por Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Santa Catarina
A alta dos juros básicos da economia (Selic) deu um empurrão na aplicação financeira mais popular do país, a caderneta de poupança. Em 2013, o volume de depósitos feitos nessa modalidade de investimento superou os saques em R$ 71 bilhões — um recorde. Apenas em dezembro, a captação líquida chegou a R$ 11,2 bilhões, também o maior resultado para um único mês desde 1995, quando o Banco Central começou a fazer o levantamento.
As marcas refletem uma situação até pouco tempo inimaginável no país: se antes o brasileiro era conhecido como gastador, agora está guardando dinheiro. Somente no Distrito Federal, o valor médio dos depósitos chegou a R$ 3.408,16 no mês passado, segundo dados da Caixa Econômica Federal — no país, a média é de R$ 4.008,89. Com isso, Brasília está em 10º lugar no ranking de maiores aplicadores na caderneta. As três primeiras posições são ocupadas por Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Santa Catarina.
Para especialistas, tanto o valor mais elevado da aplicação quanto a maior procura pela poupança são reflexos dos efeitos que a crise mundial provocou na economia brasileira. Durante o período de dinheiro farto, até 2008, as famílias aproveitaram a grande oferta de crédito para contrair dívidas, que, mais à frente, se mostraram impagáveis para muitas. Sem ter como arcar com os compromissos, acabaram dando o calote. A inadimplência chegou ao maior patamar histórico em meados de 2012. À época, milhões de endividados não viram outra saída a não ser devolver ao banco o bem financiado, em especial, automóveis.
Correio Braziliense / 08.01
Data: 08/01/2014 |